Sobre se lamentar repetitivamente, continuando o texto “lamentações como num ciclo vicioso”. É sobre isso: ciclo vicioso. Repetir incansavelmente um mesmo comportamento maléfico a si próprio em primeiro lugar, de modo automático. Sem pensar. Se deixando guiar pelo subconsciente.
Esses comandos estão tão arraigados e escondidos no subconsciente, que a gente não só não toma consciência, como acusa sempre os outros, ou as situações externas, de serem os culpados de todos os nossos problemas.
É, falando de maneira simplista, a famosa vitimização. Aquela pessoa (quem nunca?) que sempre vai dar um jeito de se colocar como vítima de algo ou alguém.
A grande pergunta que deve ser feita, acredito, é o porquê de a gente ter este mórbido prazer de empacar no lugar reclamando, ao invés de lutar para sair da lama. Um bom exemplo? Te dou dois: pessoas que se mantêm eternamente num casamento infeliz, sempre despejando suas frustrações sobre o parceiro a outrem ou até em cima do próprio, mas nunca enxergando os seus próprios erros. Exemplo dois: aquela pessoa que vive se lamentando por causa do trabalho, que é oprimido, não é reconhecido, etc, mas também não faz nada para mudar este quadro. E aí, em ambos os casos, o “reclamão” pode vir a ficar consumido pelos tais problemas, tão focado e agoniado, que os olhos acabam por ficar tapados para o que não faz parte do dilema. Às vezes, a solução está ali ao lado e ele não vê. Claro! Só tem olhos para a própria infelicidade. E sim, este é um assunto que ainda rende mais um novo texto por aqui. “Inté” então.