Difícil superar o destino ingrato do piloto Gilberto Araújo da Silva, que deixou 7 filhos. Em 1979, desapareceu no comando do cargueiro Boeing da Varig, com mais 5 tripulantes, no Oceano Pacífico, na rota Tóquio-Los Angeles. Em 1973, optou por pousar um avião em chamas, com 134 pessoas, no cinturão verde de Paris, a um minuto da pista do aeroporto, já que iriam morrer de qualquer maneira e não caberia matar mais gente na cidade – sobreviveu com mais 11 passageiros. Considerado herói nacional na França, foi lembrado agora, na tragédia do voo 447 da Air France, em meio à agonia dos parentes de não terem o corpo para enterrar. Reclamam que o ciclo vital não fecha. O comandante Araújo fechou o seu com raro brilhantismo. Só não vê quem carece do culto à matéria e não se regozija com o legado do espírito. O que não só conforta, mas nos assegura que não estamos sozinhos.
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