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LGBTQIAP+

A sigla LGBTQIAP+ designa uma gama de identidades de gênero e orientações sexuais que fogem ao normativo heterossexual e cisgênero. Cisgeneridade é o termo utilizado para se referir ao indivíduo que se identifica, em todos os aspectos, com o seu gênero de nascença. Por exemplo, alguém que se identifica como mulher e foi designada como mulher ao nascer é uma mulher cisgênera.
L de lésbica, a orientação sexual de mulheres que se relacionam sexual e afetivamente com mulheres. G de gay, a orientação sexual de homens com homens. B de bissexual, de pessoas que se relacionam com homens e mulheres.
T de travestis e transgêneros, identidade de gênero de pessoas que não se identificam com os gêneros atribuídos no nascimento com base na genitália. Percepção clara de que travestis e transgêneros não encontraram representatividade na homossexualidade, predominante na antiga inscrição GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes).
Q de queer, identidade de gênero de pessoas que não se reconhecem no binarismo homem/mulher. I de intersexuais, que apresentam variações em cromossomos ou órgãos genitais que não se encaixam nas categorias homem e mulher. A de assexual, orientação sexual caracterizada pela ausência de atração sexual por qualquer pessoa. P de pansexual, orientação sexual pontuada pela atração sexual e/ou romântica por qualquer sexo ou identidade de gênero.
GLS virou gênero de boate. A ampla utilização da sigla se dá num contexto dinâmico de reconhecimento de direitos nas décadas de 1990 e 2000, quando se diversifica a compreensão dos mais variados gêneros e sexualidades buscando seus pares e começam a ocorrer processos de diferenciação. Em 2008, a nomenclatura passou de GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travestis e Transgêneros) para LGBT, de modo a dar mais visibilidade às lésbicas, de conformidade com o padrão de vários países. Hoje é LGBTQIAP+. A intenção expressa no sinal + é dar conta das experiências e vivências de mais gêneros e sexualidades. A existência de cada letra reivindica igualdade de direitos para pessoas que não têm sua cidadania e, no limite, sua identidade, socialmente reconhecida. Ao mesmo tempo, a adição de novas letras reconhece as diferenças entre os sujeitos representados e busca uma ação política pautada também nesta diversidade. Não existe um órgão oficialmente responsável por essas mudanças, embora a sigla seja legitimada pela comunidade.
Letras maiúsculas de quem não mais aceita ser tratado como minúsculos. Cidadania pura para ser exercida de fato. Pertencimento a um mundo onde o ser humano terá de se transformar para que o afeto encontre novas formas de se expressar.

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Antonio Carlos Gaio
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