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LINCOLN

Lincoln

O filme trata da abolição da escravatura em época de diversidade e de inclusão. Tão relevante que o Partido Republicano pediu para ser exibido somente depois das eleições, senão favoreceria Obama: por fazer apologia aos afro-americanos. O tema condiciona a opinião pública a achar que o filme é bom, quando ele é excessivamente longo e arrastado. Pouco importa, se é o favorito ao Oscar, embora em nenhum momento empolgue. Nem poderia, pois está mais para documentário. Interessantíssimo, por sinal. Até para tomarmos conhecimento de que foram os americanos que inventaram o mensalão para comprar votos no Congresso, além de oferecer cargos públicos a parlamentares de modo a dar um fim na escravidão – corrupção em nome de uma causa nobre. Logo o ex-lenhador Lincoln, louvado como o mais honesto de todos os presidentes norte-americanos. E isso não é ficção. O americanófilo do ministro Joaquim Barbosa jamais condenaria Lincoln por formação de quadrilha e corrupção ativa, aplicando a lei de dois pesos, duas medidas. Pelo simples fato de que viria a ser beneficiado com a abolição da escravatura. Apesar de juiz e árbitro, era parte interessada na questão. Provando que moral varia de acordo com o que a hipocrisia determinar e em quais condições. Nesse contexto, é um belo filme pois obriga a nos depararmos com o mais espinhento aspecto do julgamento humano: a contradição.

Antonio Carlos Gaio:
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