A rejeição ao PT em São Paulo aumentou muitíssimo depois do mensalão, que decepcionou desde a esquerda tradicional, incluindo os intelectuais, até uma classe média que vem se sentindo abandonada, dada a prioridade aos mais pobres pelo governo Lula. Desinteressou-se pelo tema da redistribuição de renda, quando perdeu o status de formadora de opinião e dirigista, no determinar qual seria a via preferencial para o socialismo, bem como de escolher o que é melhor para os pobres. O PT nacional ocupou esse lugar, desenvolvendo programas sociais, aparentemente sem ideologia, por virem desvestidos de discursos intelectualóides e sem a presença da classe média para atrapalhar. O discurso de Lula, inicialmente alvo de chacota por sábios que babam no relento do sono, começou a preocupar, depois da reeleição. Encararam o adversário mais a sério, principalmente porque não concorre em 2010. Uma nova derrota seria inadmissível. O PSDB e o DEM são partidos políticos, mas vinculados aos grupos de interesse de tudo o que existe de mais poderoso e influente em São Paulo. A classe média paulistana reflete sua pujança, com voz de que sabe o que quer na opinião pública, no meio jornalístico, na maior concentração de universidades e de intelectuais do país, nos pequenos e médios empresários bem organizados, que atuam com muito mais força do que os partidos. Expressando no voto o combate encarniçado entre os extremos, representado por uma forte presença de pobres e miseráveis em São Paulo contra uma classe média que almeja um naco maior da concentração de riqueza. Foi-se o tempo em que se podia convocar para uma linha de passe integrantes de classes diferentes de uma sociedade desorganizada, trocando bola pra lá e pra cá.
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