Realpolitik veio do alemão e se refere à política ou diplomacia baseada principalmente em considerações de ordem prática no prejuízo de aspectos ideológicos, como o acordo entre Hitler e Stálin em 1939. O termo é frequentemente utilizado de forma pejorativa, sinalizando um grau de realismo político que foge à ética dos princípios e no qual as relações de poder tendem a solapar todas as pretensões de fundamentação moral, beirando o maquiavelismo. Como a aliança entre Luiz Carlos Prestes e Getúlio Vargas, depois que o ditador libertou o líder comunista quase 10 anos depois de enviar sua mulher Olga para a morte em mãos nazistas. Seria o caso da Confederação Nacional da Agricultura, traduzindo, Liga do Agronegócio, ao dar ordens à sua presidenta, Kátia Abreu, para se tornar vira-casaca e aderir ao governo Dilma? Logo ela, que José Serra rejeitou como vice por não querer ter uma ruralista em sua chapa presidencial, e preferir fingir que é verde, só por torcer pelo Palmeiras desde criancinha! A aprovação do Código Florestal na Câmara, à feição dos pecuaristas, repercutiu como se fosse uma vitória da turma do desmatamento, na contramão da ecologia dos fatos e da votação que Marina recebeu, e os ruralistas não desejam uma situação de enfrentamento com a continuação da era Lula, na defesa intransigente de seu setor, acusados de burlar a legislação trabalhista com frequência e abusar do escravagismo. Na toada que o povo brasileiro vai em sintonia com o seu progresso, esse radicalismo poderia levá-los a perder seu eleitorado, que não é lá muito grande. Eles não mudaram de lado nem irão renegar sua verdadeira vocação, mas trata-se de uma questão de sobrevivência e de inteligência política. Isso é Realpolitik.
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