O juiz Marcelo Bretas da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro quer ocupar o espaço deixado vago pelo Moro como detentor da cruzada anticorrupção, que celebrizou o ex-juiz que prendeu Lula. Já havia prejudicado a candidatura de Eduardo Paes a governador do Rio, em 2018, que acabou por beneficiar o juiz Witzel, alinhado com Bolsonaro à época. Terrivelmente evangélico, almeja ser indicado a juiz do Supremo pelo presidente, a quem bajula tanto que foi alvo de censura por parte do Tribunal Regional Federal da 2ª Região por autopromoção e superexposição, quando participou de eventos políticos-partidários com Bolsonaro e Crivella, o que coloca em xeque a sua parcialidade, até porque o juiz fez questão de divulgar os eventos em suas redes sociais. Quando o juiz deve se conduzir de maneira reservada, se preservar, não permitir que políticos capitalizem para si resultados da Lava-Jato. Isso gera descrédito sobre a atuação dos tribunais. Numa operação que investiga o desvio de recursos de empresas do Sistema S, que abrangem o Sesi, Senac e Senai, Bretas também dirigiu o maior ataque à advocacia registrado no país, bloqueando suas contas bancárias numa tentativa de criminalizar a ação de advogados, mirando, dentre eles, Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente Lula. Em ação simultânea (não existe coincidência) com a Lava-Jato de Curitiba que denunciou Lula, pela quarta vez, por crime de lavagem de dinheiro no repasse de 4 milhões de reais do Grupo Odebrecht em favor do Instituto Lula, e requentando uma denúncia já objeto de outra ação penal e há pouco tempo sustada por decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Tramada pelos procuradores na tentativa de resgatar a credibilidade de Moro, em vista de já ter sido reconhecida a ilegalidade dos métodos da República de Curitiba em relação a Lula em pelo menos 3 julgamentos realizados pelo Supremo Tribunal Federal, além da desqualificação de Palocci como delator. Armação, seja da Lava-Jato de Curitiba como do Rio (Bretas), que se extinguem em janeiro de 2021, até por seus desmandos, abusos de autoridade e judicialização da política, justamente no mesmo momento em que elegemos um Bolsonaro completamente despreparado, infantil e limitado. Não é coincidência.
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