O que não pode é ocorrer de novo a crise de falta de energia elétrica verificada no governo FHC, obrigando a nos valermos de termoelétricas poluidoras para não ficarmos com a cara de tacho de Chávez. Quem mandou largarmos nas mãos da iniciativa privada a luz para todos, ao seguir à risca uma política de privatização com o intuito de aniquilar a estatização da economia, que vinha desde a ditadura militar? O governo tem de assumir seu papel precípuo de redutor de riscos em matéria de energia. É uma opção se obrigar a coinvestir em empreendimentos como hidroelétricas, buscando parcerias com empreiteiras em que a Eletrobrás garantiria confiabilidade e segurança em efetivamente executar as obras. Além de uma ação governamental a estimular construção de usinas na América do Sul – em projetos de integração energética ao caráter da Mercosul – e na África, tornando as empreiteiras em empresas de energia, cujo investimento tem retorno garantido – ninguém quer ver sua luz cortada. Não há por que apelar para consórcios estrangeiros, se as bacias hidrográficas são nossas e se o brasileiro é capaz, inteligente e virador. O incentivo à formação de grandes grupos nacionais acelera o nível de emprego e de qualificação da mão de obra. Um porém: se as grandes construtoras são a fonte principal de doações para os políticos se elegerem, uma enorme cloaca se abre para a promiscuidade proliferar. Quanto mais riquezas se criam, mais o ser humano se corrompe com o valor agregado.