Ansioso e tenso com a estreia do filme que poderia mudar o panorama de sua carreira e, consequentemente, de sua vida, Fábio Barreto se acidentou e está em estado de coma. Distante da repercussão de “Lula, o Filho do Brasil”, em que empresas bancaram o filme para pegar uma carona na imagem de Lula, no mais absoluto interesse comercial e falsa identidade. Longe da homenagem que o filme presta à Dona Lindu, mãe de Lula, em nome de todas as mães que criam ninhada de filhos por pura teimosia e amor de os verem cidadãos respeitados pela sociedade. Pouco importa se o filme o mostra alienado ou se não era de esquerda ou sequer comunista, pois veio a deixar a elite com medo e a classe média conservadora irritada, porque Lula não era um dos seus. Fábio Barreto optou por enquadrar Lula na tela como um dos filhos de Francisco, e de mesma mãe, crescendo para viver dois belos romances e casamentos, omitindo a mãe de Lurian, a fim de resguardar a pureza do mito. Mas o melhor dos Lulas ficou reservado só para o finalzinho, quando Lula transcende como líder sindical para iniciar sua trajetória em que se converteu num fenômeno político e presidente que marcou época. Do leito, ao acordar, tomara que Fábio Barreto perceba que faltou transcender no filme, a exemplo de sua queda livre e capotagem do carro que dirigia às vésperas do grande evento. Não ousou ao respeitar o tamanho de Lula e perdeu rara oportunidade.
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