Mais uma obra-prima de Almodóvar. Filme é uma história muito bem contada; é o que Almodóvar faz melhor! Ao lado de Woody Allen e Ingmar Bergman (nessa ordem?) formam a trinca dos maiores cineastas de todos os tempos – se considerada a década de 1950 até hoje, excetuado Charles Chaplin, que se confunde com a própria arte cinematográfica. Almodóvar é um desses diretores cujo conjunto da obra pode ser considerado um gênero cinematográfico à parte, vindo em primeiro lugar, a mulher. Estrelado por sua musa, Penelope Cruz, o filme parte de uma trama sobre gravidez e maternidade não planejadas para enveredar pelos ancestrais e o curso da hereditariedade em paralelo com os crimes do regime brutal e fascista do Generalíssimo Franco e as consequências da Guerra Civil Espanhola. Mais não conto em virtude de já ter sido observado por críticos quando revelo facetas importantes de filmes, prejudicando o ineditismo do que é contado – todo crítico é rigoroso e impiedoso. Almodóvar, desta vez, não se valeu de sua fonte habitual baseada em folhetins, com um final de tirar o fôlego, tamanha a emoção contida na imagem derradeira. “Mulheres deveríamos todas ser feministas” é o slogan na blusa de Penelope exibido no inesquecível filme, a tônica no universo de Almodóvar.