Enquanto a Veja faz o jogo sujo (que, aliás, sempre lhe coube) contra o seu inimigo Lula, a despeito de ter perdido o seu maior jornalista (o Cachoeira), os jornalões lavam as mãos como Pilatos e apenas repercutem o escândalo levantado com “total domínio dos fatos”. E é para continuar com esse padrão de ética que defendem com fervor a chamada liberdade de expressão. O objetivo é insuflar uma nova denúncia contra Lula e impedi-lo de voltar a se candidatar à Presidência da República, na iminência do eleitor paulistano jogar fora no lixo o Serra por desgaste de material. É uma cartada perigosa mexer com Lula com intenções golpistas, de novo. Pois, no auge da denúncia do mensalão, em 2005, Lula conseguiu se reeleger. Perseguir Lula pode arregimentar as tropas petistas, mesmo com o PT sujeito a baixas no julgamento do mensalão. O jornalista não costuma estar com o seu na reta se fechado com o quartel-general, mas a classe política sim – com seus eleitores. Igualmente o procurador-geral da República, que não deve dormir nos louros com suas acusações redundando em condenações. Nada impede sua caneta de abrir uma investigação sobre o que foi revelado no livro “A Privataria Tucana”, a não ser o silêncio cúmplice da mídia. Impeachment não é só para presidente; se aplica também ao procurador-geral bem como a ministros da Corte Suprema.