Demóstenes Torres, senador goiano, um dos mais ardorosos defensores da ética e dos bons costumes, ao lado de Álvaro Dias, Agripino Maia e respeitáveis colunistas da mídia. Um duro crítico das práticas do PT no poder e ferrenho combatente da classe política no emprego frequente de manobras corruptas e lesivas ao Estado. Flagrado como amigo do bicheiro Carlinhos Maracanã no curso da Operação Monte Carlo, que investigou o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis em Goiás. Alega que a amizade vem de longe, dos tempos em que o contraventor atuava legalmente na exploração de jogos enquanto ambos frequentavam as altas rodas da sociedade goiana. Demóstenes Torres é mais um que se incorpora à turma dos que não sabiam. Ele não sabia das atividades ilegais de Carlinhos Maracanã, que vêm de longe. Tanto não sabia, que dele ganhou de presente de casamento, em 2011, um fogão e uma geladeira, e nem se preocupou em se informar quanto ao montante do agrado ou mesmo devolvê-los – por uma questão de finesse. Para quem já foi procurador do Ministério Público, deixa bastante a desejar. Por negligenciar na linha investigativa. Ao não caber fazer um bicho de sete cabeças. Era coisa pouca. Se comparada à quadrilha do mensalão. Arquive-se. Caso encerrado.