O governo Lula gosta de apanhar. Não pode ver um problema se agigantar para exibir uma incompetência diferente de outros governos. Quando não é gafe, é um erro grosseiro, um tiro no pé para estimular a instauração de uma CPI. Jogado no lixo o discurso ético do PT, necessita que suas vísceras sejam freqüentemente examinadas por peritos em moralidade para descobrir a atração por banhar-se em mar bravio. Ter vencido a prova do mensalão criou o vício em passar a limpo a consciência que condena.
Foi preciso um oriental para enfrentar os controladores de vôo. O novo ministro da Aeronáutica mandou prender os amotinados e instalou o caos nos aeroportos. Pensando nos passageiros e na economia do país, Lula o desautorizou. Criando um clima que compararam ao golpe de 1964, embora pareça que a turma esteja brincando de aviãozinho. Juniti Saito fez Lula se tocar que não é mais sindicalista e cabe, portanto, prender e arrebentar para restabelecer a hierarquia ferida. O tapete vermelho foi desenrolado para a palavra de ordem: quem não trabalhar, sai daqui algemado.
Afinal de contas, os controladores esperaram o presidente viajar pros EUA e paralisaram o país, apunhalando-o pelas costas. Sargento não é pouco como soldado, mas também não é muito como oficial. Foi a deixa para o Comando da Aeronáutica não abrir mão do controle de tráfego aéreo por questões de segurança, pois a Argentina já mostrou todo seu poder de fogo no enfrentamento com a Inglaterra na guerra das Malvinas.
Os 18 do Forte de Copacabana em 1922. Em 2007, também foram 18 os amotinados que ensebaram decolagens e aterrissagens. Quebraram a disciplina de quartel. Desacataram seus superiores ao cruzarem os braços. Um clássico crime militar. Cadeia e expulsão para os 18. Para que retroceder à chibata, se por último chega a anistia, para avacalhar de vez a guerra?
Ou pedido de perdão, paz nos céus, feliz Páscoa, WO, arrego… boa viagem!