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MARIANA, BRUMADINHO, ATÉ QUANDO?

A minha solidariedade a Moisés Moreira de Sales e sua família, tirado de nosso convívio de forma brutal pela inépcia, incompetência e negligência da Vale provocando a tragédia em Brumadinho, depois da tragédia de Mariana, também explorada pela Vale. E igualmente mostrando-se estúpida e insensível aos seres humanos que lá trabalhavam, quando construiu o escritório central e refeitório logo abaixo do represamento dos rejeitos da exploração do minério, ou seja, do lixo represado. Moisés e muitos outros morreram afogados na lama putrefata de rejeito de minério. Ninguém merece morrer sugado pelo pântano gerado pela ganância do lucro de mineradoras, que redundou num assassinato em massa de seus funcionários, vitimando parte da população local porque atingiu seus familiares. Além de minar o florescimento de uma região turística em torno do museu de arte contemporânea de Inhotim, um dos maiores do mundo, enlameando a arte e prejudicando a economia da região. O que deixa em mais outra péssima situação o Estado de Direita de Bolsonaro e seus seguidores por avalizarem declarações do gênero: “As leis ambientais só servem para atrapalhar quem quer empreender”. “Somos o país que mais respeita o meio ambiente”, outra mentira de Bolsonaro, essa proferida em Davos – e aí veio Brumadinho. “O Ibama é uma fábrica de multas”, dando a entender que vai afrouxar a fiscalização do meio ambiente, ainda mais que nomeou um ministro para a área ligado ao agronegócio. A privatização da antiga Vale Rio Doce empreendida por Fernando Henrique Cardoso, a preço de banana, fez com que nossa riqueza fosse para o estrangeiro, enquanto nós ficamos com a lama e os cadáveres. A privatização da Vale bem se encaixa em Bolsonaro: lucro acima de tudo, lama em cima de todos. Com o perdão dos desaparecidos e vítimas da tragédia e de seus familiares, mas não se trata de fazer uso político do infausto acontecimento, se o que está em jogo são outros depósitos de rejeitos de minério em que a mineradora pouco investe para mantê-los em segurança. Bem como a saúde do planeta, enquanto os que defendem a economia e seus lucros inerentes ao objeto dos negócios não acham a situação tão grave assim, do ponto de vista ecológico.

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Antonio Carlos Gaio
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