Itamar Franco já foi associado ao “se o meu fusca falasse”, à república do pão de queijo e à descoberta no carnaval de mulheres sem calcinha. O homem misterioso que foi vice do Collor e virou presidente. Que olho de lince ao enxergar impeachment no futuro do coronel das Alagoas!
Depois de comer o pão que o diabo amassou como embaixador do Brasil na Itália, quer repetir a dose pra ferrar com FHC, que roubou o seu plano real. Tornar-se presidente outra vez seria a vingança dos deuses.
Provaria que Garotinho é cada vez mais garotinho ao esvaziar sua candidatura. De conversa em conversa com Zé Dirceu, o emissário secreto de Lula, o PMDB formaria uma chapa com o PT na reeleição, que ganharia uma sustentação parlamentar para governar.
Itamar seria vice alimentando o sonho de ser bicampeão, a exemplo do seu rival FHC. Se a oposição garante que vai impichar Lula no segundo mandato, não será ele que irá duvidar. Alcançando o grau máximo de doutorado em matreirice política, superando Tancredo Neves e Juscelino Kubitschek.
Ninguém duvida da esperteza do político brasileiro, pois se o próprio povo é técnico de futebol, tem uma receita infalível para curar sua doença e, se for para a cozinha, não passa vergonha. Com tanto jabaculê queimando o filme da Ordem Venerável do Congresso, os próprios parlamentares adquiriram uma capacidade de investigação invejável. Inquirem com um rigor de Primeiro Mundo o ministro da Justiça e agora vão no encalço da família de Lula, com a inclusão do genro nas suspeições.
A mesma Câmara que vai fundo nas relações intestinas de Lula é a mesma que absolve os seus pares por compaixão e simpatia, que é quase amor. Em reconhecimento à inevitabilidade do caixa dois, flagrante a falta de vontade em aprovar uma reforma política que dê transparência às eleições.
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