A memória do corpo não é pouco não
Racionalizar demais tira a paz
O corpo entende às vezes antes
Se ressente dos nossos erros principiantes
Quando a gente não acalma a alma
Ela grita pelos poros
Que não sabem conter o berro
Que a mente tenta calar
Os sintomas que são remediados
Com comprimidos ou qualquer vício
Que nos deixam drogados desde o início
São a ponta do Iceberg que não ferve
Congela tudo dentro
Gélidos sentimentos, turbulentos tormentos
Que não viram cachoeira, não deságuam
Viram mágoa e câncer
Transformam-se as ânsias
Em taquicardias, pânicos
Enxaquecas, pedras no rim
Havia umas pedras no meio do caminho
Que o laser quebrou
Mas aí veio a alimentação industrializada
E a dor daquele rancor
Nasceram outras pedras que nem Drummond descreveria
Entalaram na garganta
No meio da via
No fim da vida
A agonia enfim terminou
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