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MEMÓRIA SELETIVA
Para que guardar tudo na cabeça? Conhecer todas as ruas da cidade se hoje existe o GPS? Para que enciclopédia se o Google está à nossa disposição nos melhores computadores, celulares e iphone da praça? Ao contrário do que dizem, esse conforto oferecido pela tecnologia não vai nos tornar mais acomodados e sim direcionar a memória seletiva para o que mais interessa e merece maior prioridade, em cujo acesso nos deparamos com barreiras ainda invisíveis de tal forma que desconhecemos sua própria existência e como isso nos prejudica. De que mesmo estávamos falando? A memória seletiva, pouco a pouco, vai reduzindo a área de importância da memória cronológica ou biográfica. A nossa mente tem que ficar livre para perscrutar o que ainda não sabemos. Será de muito maior utilidade! Para que se esforçar desesperadamente tentando se lembrar do que você esqueceu? Quando era do seu total conhecimento. Não deixe grudar em você a pecha de esclerosado ou desmemoriado ou sob a ameaça progressiva da perda de neurônios equivaler a um ingresso para breve no mal de Alzheimer. Se a memória cibernética explodiu no desenvolvimento de processos e na execução de operações que não conseguimos desempenhar é para liberar a memória seletiva a entrar em contato com a árvore da vida e investigar o que nos falta para sermos menos primitivos.
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Antonio
Carlos Gaio
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