Dizem que o país está em crise. De olho no pré-sal brasileiro, a petroleira anglo-holandesa Shell comprou a britânica BG Group por 70 bilhões de dólares. A empresa se converterá na maior produtora global de petróleo dentre as empresas privadas e ficará apenas atrás da Petrobras no Brasil – ambas com reservas estimadas em torno de 16 bilhões de barris, cada uma -, tornando-se a principal parceira no regime de partilha. Muito se falou na campanha presidencial que o Brasil não mais atrairia investimentos. Com a cotação do barril de petróleo caindo de 120 a 50 dólares, não seria mais compensador explorar em águas profundas. Quando o que motivou a incorporação da BG foi o pré-sal. Espantados os urubus, eis que se aproximam os lobos predadores da nossa riqueza com o discurso de que “surgiu um candidato de peso para a estatal vender sua posição de operadora ou mesmo vender campos de pré-sal ou, no mínimo, diminuir sua participação no regime de partilha, levantando bilhões de dólares para aliviar sua situação financeira abalada pela corrupção. Afinal de contas, operar o pré-sal será um fardo para a Petrobras, e a Shell demonstrou que confia no país e acredita nas mudanças das regras para acelerar a produção de petróleo”. O que está sempre em jogo é a privatização, o pensamento colonialista de entregar o ouro para o estrangeiro melhor capacitado, anos-luz à nossa frente, e a desvalorização de nosso capital humano, através de intermediários vendendo essas podres ideias e se enriquecendo com as migalhas atiradas aos pombos. A corrupção abriu a guarda da Petrobras para esses abutres se aventurarem.
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