A Rússia não pode mais brincar de fechar a torneirinha do gás para discutir preço em plena crise financeira global ou proibir a Ucrânia – área de passagem dos gasodutos – de virar área de influência dos EUA. Ao interromper o fornecimento para toda a Europa, sob inverno rigorosíssimo, obriga que segmentos mais pobres retrocedam ao uso da lenha para calefação e ricos paralisem suas indústrias. Saiamos do primarismo em que estamos afundados até o pescoço, o quanto antes. O Brasil vai reduzir a importação de gás em virtude dos altos níveis dos reservatórios das usinas hidroelétricas, graças às chuvas, dispensarem as termoelétricas movidas a gás natural, além do desaquecimento da economia em marcha. A Bolívia irá pagar o pato, ainda mais que a brutal queda na cotação do petróleo desvalorizará o metro cúbico do gás. Para que botou tanta banca, se consome 18% do que produz, a Argentina 7% e o Brasil fica com os 75% restantes? Rudimentar e tacanho não combinam com diplomacia internacional.