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MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO: É O PLANO ESPIRITUAL

A primeira menção ao Plano Espiritual se deu quando, antes de ser crucificado, Jesus Cristo disse para o império romano e para o grande Sinédrio (a suprema corte judia legislativa, religiosa e judicial) que “o meu reino não é deste mundo; é nele que recebereis a recompensa das vossas boas obras”.
Cristo falava em sentido figurado quando mencionou “Meu reino não é deste mundo”, por se exercer unicamente sobre os corações puros e desinteressados, onde quer que domine o amor do bem. Se apegados aos bens da Terra e ávidos das coisas que daí decorrem, os homens dificilmente conseguirão ingressar neste reino. Antes, precisarão anular os efeitos viciantes desta encarnação para limpar o espírito e posicionar-se como outra entidade que nunca foi em matéria, oportunidade essa tristemente desperdiçada – que pecado!
Causou estupor quando Jesus, cercado pelo povo, pareceu renegar sua mãe e ser indiferente aos seus irmãos, que O procuravam para Lhe falar, e Ele assim respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”. A impressão que deu é que perdera o juízo ao rejeitar a família, desrespeitando-a por completo para quem já declarara “Honrai vosso pai e vossa mãe”. Mas acrescentou, voltado para os que estavam sentados ao seu redor: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos; pois quem quer que faça a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
O que deu margem a seus inimigos, os incrédulos, a usarem suas palavras como arma, explorando a suposta contradição com a sua inalterável bondade e benevolência para com todos, não podendo destruir de um lado o que tinha estabelecido do outro.
Muito embora seus irmãos consanguíneos nunca tivessem nutrido simpatia por Ele. Seus ensinamentos jamais os convenceram nem sequer compreenderam sua missão, tanto que nenhum deles, espíritos pouco avançados, se tornou seu discípulo. Mesmo porque O consideravam um estranho no ninho quando se apresentava em família, deixando-se levar pelo espírito preconcebido contra as revolucionárias concepções de Jesus Cristo.
Uma história de família cuja magna mensagem de Jesus Cristo foi valorizar os laços a serem construídos em determinados aglomerados, comunidades, povoados, vilas, um processo sempre em expansão, em contraposição à primazia habitual que se confere aos laços consanguíneos.
Quer maior oportunidade como essa desperdiçada logo pelos irmãos de Cristo? Por outro lado, Jesus não perdia uma chance sequer para deixar seu legado aqui na Terra, aproveitando, então, a chegada de sua família para estabelecer a diferença que existe entre parentesco corporal e parentesco espiritual.

Antonio Carlos Gaio:
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