Foi o grego que, acrescentando vogais ao alfabeto predominante de consoantes oriundo da Fenícia, proporcionou voz ativa à escrita. Foram os gregos que, divididos em cidades-estado regidos por reis, oligarquias ou democracia em Atenas, só souberam se unir contra o inimigo comum: os persas. Ao não perseguirem a unidade como estratégia de manutenção da cultura helênica, até por motivos de sobrevivência, acabaram absorvidos pelo império romano, quando já tinham se espalhado pela Sicília, sul da Itália, a antiga Iugoslávia, Bulgária, o que viria a ser a Turquia, Mar Negro e norte da África. Por não possuírem a visão imperialista de conquistar para impor sua hegemonia tal como os próprios romanos ou a eterna China. O que resultou na ampliação do conhecimento universal, no conhecer-se a si mesmo, realizando assembleias nas ágoras, a filosofar, pensar o Universo e não terçar armas conforme preferiu Esparta, que terminou seus dias como no Velho Oeste americano, quando surgia um pistoleiro ao entardecer que atirava mais rápido. O fato é que a Grécia se faz presente até hoje na matemática, na física, na astronomia, nas ciências em geral, no teatro, na apolínea escultura, nas artes como um todo, nos fundamentos e no papel do ser humano na vida. Muito embora tenham tentado se apropriar do seu saber, ou mesmo reinventá-lo, como os romanos e os bizantinos, conquanto islâmicos e renascentistas tivessem optado por serem seus discípulos. Apesar de a Bíblia se constituir numa das maiores histórias já contadas ao mundo, até para demonstrar como é difícil perdoar, a mitologia grega prova até onde pode ir a imaginação. Um poço sem fundo onde não se perde a coerência e o absurdo parece possível por fazer sentido. Pois está a toda volta e não enxergamos.