A juíza Patrícia Acioli foi assassinada por policiais envolvidos com milícias que sequestravam e extorquiam traficantes, chegando a cobrar até 30 mil reais para libertá-los. Para encurtar a história, depois de receber, eliminava-os sumariamente, já que era menos um e havia muito mais bandido por explorar. Os crimes eram forjados como auto de resistência, quando o policial alega ter matado em legítima defesa. Aí é que entrou a corajosa Patrícia Acioli trancafiando cerca de 60 marginais que, em nome da lei, executavam sem pestanejar, ao provar que as vítimas não esboçavam reação, caracterizando homicídio qualificado. E pensar que já se acreditou que as milícias constituir-se-iam em xerifes para limpar a cidade do tráfico de drogas, executando pés-rapados que não mereciam ficar ricos à custa de consumidores otários. Se é para melhorar de padrão de vida, o policial em primeiro, que arrisca a vida no combate aos malfeitores que assustam o cidadão. No fato de mandá-los para o inferno mais cedo, quem sentirá sua falta? Até se descobrir que o miliciano não era um falso herói e sim um facínora pior do que a corja dos traficantes, decorreu-se um largo tempo baseado na crença na eficiência da pena de morte, que circula nos meios populares.