Essa poesia toda que me persegue
existe para que você carregue
para a sua vida, no seu dia a dia
porque quando a palavra traz alegria
ela chega como um abraço amigo,
como quem diz: “eu te entendo”.
É por isso que me rendo
e escrevo compulsivamente.
Compulsiva mente procurando sentido
nas loucuras da vida.
Eu não sou melhor nem mais preparada do que ninguém.
Se escrevo algo que lhe faz bem
é porque já vivi do mesmo mal.
Mal me entendo e tanto me surpreendo comigo.
É por isso que consigo transformar tudo em poesia.
Não devemos perder a capacidade de nos surpreender.
É o desconhecimento que nos move.
É a falta que nos comove.
É a dor quem escreve por mim.
Por isso, sim, escrevo.
Escrevo tudo que vejo e até do que não sei de fato, mas sinto.
Eu pressinto os sentimentos mesmo sem os ter.
Esta é a minha maior humanidade: sentir.
Sentir o que está aqui dentro
e lá fora, quando a boca alheia não diz,
mas os olhos delatam.
E como o mundo tem tanta gente
que faz questão de se esconder
e fingir que não sente,
naturalmente as pessoas se identificam,
porque assim elas ficam quites
com os próprios sentimentos,
como quem fala: “ok, assumo, estou sentindo sim”.
E eu não vejo liberdade maior
do que sentir livremente
e poder olhar de frente
para o espelho e pra qualquer um.
Poder dizer para o mundo:
“ei, olha!
Olha o que estou sentindo”!
Isso não é lindo?