Zygmunt Bauman, escritor, sociólogo e filósofo polonês, ao investigar o consumismo, criou o conceito da modernidade líquida: uma era forjada por relações efêmeras no presente. Em uma vida líquida moderna, caracterizada por uma tendência altamente individualista, não há laços permanentes. Vivemos num planeta cujas ideias mudam de formato como se fossem água ao se transformar cada vez mais rapidamente. A metáfora da liquidez ajuda a compreender a fragilidade de nossos relacionamentos e constatar como a educação é sua vítima, em virtude de o pensamento, sendo altamente influenciado pela tecnologia, sofrer uma crise de atenção. Os professores reclamam que os alunos não conseguem interpretar um texto de modo próprio, valendo-se de citações, passagens e fragmentos na internet. Perdemos a arte nas relações sociais e nas amizades. Estamos permanentemente disponíveis no posto de trabalho através dos e-mails e dos celulares com suas mensagens, que invadem nossa privacidade. Você pode não ser aceito na vizinhança ou na comunidade, mas ser membro de um grupo no Facebook é a coisa mais fácil. Dos seus mais de 50 livros, Zygmunt Bauman foi uma voz poderosa em defesa de populações pobres em um mundo ocupado pela globalização. Filho de família judia, fugiu de seu país, quando da invasão da Alemanha nazista, para a União Soviética, e lá integrar o exército soviético, voltar à Polônia para iniciar a carreira acadêmica, lecionar em universidades de Israel e dedicar seu maior tempo de pesquisa até o fim de sua vida, aos 91 anos, na Universidade de Leeds (Inglaterra).