Morre o criador da “Pantera Cor-de-Rosa”, Blake Edwards, o extraordinário diretor que imortalizou Peter Sellers – um dos maiores comediantes de feições sérias já surgidos desde Harold Lloyd. Ambos rodaram 6 filmes sobre as aventuras do inesquecível inspetor Clouseau. Morre o criador de “Um convidado bem trapalhão” (1968), a maior comédia de todos os tempos realizada pela mesma dupla, disputando no focinho com “Quanto mais quente melhor”. Morre o criador de “Bonequinha de Luxo” (1961), que imortalizou o padrão de beleza e elegância de Audrey Hepburn. Morre o criador de “Victor ou Victoria” (1982), que abriu caminho para o filme de temática gay, estrelado por sua mulher Julie Andrews, travestida de gay num perfeito homem. Um dos maiores mestres da comédia cinematográfica e que mais nos fizeram rir, mas que contraditoriamente acabou imergindo em uma longa depressão com ideias suicidas nos seus últimos anos, a partir do exílio que se impôs na Europa para fugir aos fracassos que começou a sofrer em Hollywood. A mesma Hollywood que Blake Edwards definia como de estado de espírito que poderia variar de total alegria para uma triste depressão. Tal como ocorreu com ele. Há os que se perdem no terço final da trajetória depois de conquistado um sucesso como poucos aquinhoados.