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MST DECLAROU GUERRA A GILMAR MENDES QUANDO INVADIU FAZENDA DE DANIEL DANTAS

Já não vai muito longe o folclore de comprar um pedaço de terra e ver os bois crescerem no pasto, associando o fazendeiro a explorador, ganhando dinheiro sem fazer força e não pagando imposto. Transitaram na ditadura militar para pecuaristas e, com a ameaça da reforma agrária, resolveram mudar sua imagem para o agronegócio ou agrobusiness, competindo no mercado e mecanizando a lavoura, cujo maior exemplo se encontra no que os brasiguaios mudaram no Paraguai. Colocaram até uma mulher à frente dos seus interesses e da bancada ruralista no Congresso, na tentativa de limpar a mácula machista que impera dentre os vaqueiros. A senadora tocantinense Kátia de Abreu que, ao lado do juiz supremo Gilmar Mendes, com postura de presidente em exercício e discurso afinado, até por sua família ser do ramo, atacou o governo Lula por repasse de verbas públicas ao seu apêndice, os movimentos dos trabalhadores sem-terra, aplicadas no vandalismo de ocupar fazendas. Com tanta terra no Brasil, não cola a idéia de que não têm mais nada a fazer e são arruaceiros voltados para o seqüestro, tortura e assassínio. Contudo, o MST não brinca em serviço, em sendo um movimento reativo aos jagunços e a focos de trabalho escravo em rincões atrasados. Invadiu a fazenda de Daniel Dantas, em Xingara, no Pará, de meio milhão de hectares, com 500 mil cabeças de gado e 2 mil funcionários. Em retaliação à luta de classes – fazendeiro contra peão que quer levantar a cabeça -, instigada por quem chamaram de Gilmar Mendes “Dantas”, mordidos de raiva por Gilmar soltar ricos que espoliam o Brasil e os sem-terra levarem a pecha de praticar crimes em série. Quando o que existe é uma guerra política em curso, a ponto de tirar a suposta neutralidade do presidente do Supremo Tribunal Federal e irritar os sem-terra com a omissão de Lula, que vestiu o boné do MST, mas não enfiou a carapuça do movimento perante a força de fazendeiros que, sai governo entra governo, sempre conseguem refinanciar seu endividamento junto ao Banco do Brasil, sem causar estranheza ou invocar CPI. Se terra e gado são tão bons negócios assim, para que mamar nas nossas tetas? Se nós não somos vacas e sim cidadãos que produzimos e cumprimos nossas obrigações, para não sermos enganados.

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Antonio Carlos Gaio
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