Muitos dos que atualmente discursam em favor de tornar prioritário cuidar da educação no Brasil, elevar o nível cultural do povo e investir pesado no aprimoramento do ensino, até para poder acompanhar o desenvolvimento de nossa economia, foram terminantemente contra os Brizolões e o projeto de educação idealizado nos anos oitenta por Brizola, Darcy Ribeiro e Niemeyer – os dois últimos posteriormente homenageados como sumidades do século XX. Esses reacionários fizeram campanha implacável contra Brizola no Rio de Janeiro, aliados como sempre à velha e antiga mídia, acusando os 500 CIEPs construídos pelo governador de faraônicos e feitos para ocuparem praças públicas e serem exibidos à beira da estrada, como mote de propaganda eleitoral. As piscinas, então, um artigo de luxo a que os favelados não faziam jus por não estarem à altura. Pura excentricidade elevadores conduzirem a população favelada ao alto dos morros – favela ainda não era comunidade. Quanta ignorância contida no preconceito! Por quanto tempo esses falsos ricos não se empenharam para manter a injustiça social? Hoje, muitos deles com o orçamento apertado e precária saúde mal dão conta de comprar remédios, lutando para viver mais um pouco, e para quê? Para assistir estudantes que optaram pelo sistema de cotas, que reserva vagas em universidades para alunos de escola pública por critério de renda e raça, mostrarem um desempenho muito próximo dos não cotistas (os que têm retaguarda para pagar faculdade) no vestibular organizado pelo Ministério da Educação (Sisu). Contrariando as expectativas dos que não dão a menor importância a um país aumentar as oportunidades de acesso. Esses nobres falidos.