A atriz Maria Zilda passa por uma das fases mais felizes da vida, segundo suas próprias palavras. Tempos atrás, ela era brava consigo e não queria nem se olhar no espelho, embora linda, extremamente fogosa e um portento de sensualidade, estrelando filmes rotulados de pornô como “Espelho de Carne”, ao lado de Daniel Filho, em que exibia seus predicados físicos e sexuais.
Até se encher disso tudo, quando rompeu com os homens, especialmente os possuídos pelo ardor sexual, impetuosos e irrequietos, que se comportam como cavalos selvagens e indomáveis. Passou a viver com outra mulher, casaram-se pelo regime de união estável, mudando para uma casa nova, sem fazer alarde, porque não faz questão de levantar bandeira.
Ou foi por ter se encontrado nas delícias do lesbianismo? Versada que é em exercer atração física irresistível e ter pleno domínio das ferramentas do amor para virar a cabeça de qualquer pagão – ou seria pagã? Ao optar por se relacionar com mulher, desistindo dos homens, despiu-se do figurino voluptuoso que lembrava luxúria e que tanto prejudicou sua carreira de atriz, adotando uma postura discreta sem revelar os segredos de sua realização.
Inconformados por elas terem conquistado sua independência podendo escolher seu destino a seu bel-prazer, os homens emburram com a iniciativa, feridos no amor-próprio, contrariados com o que interpretam como rejeição, para maldosamente dispararem um tiro mortal, bem ao seu caráter: não será a preferência por pessoas do mesmo sexo um sintoma do medo de não querer ingressar sozinha na Terceira Idade? Um gesto de autodefesa?
O que perturba sobremaneira a corporação dos homens, quando veem escorrer de suas mãos mulheres que, anteriormente, se conformavam e se subordinavam a permanecer em seus domínios.
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