É preciso urgentemente melhorar o nível de argumentação da oposição para não assistirmos ao boboca do Aécio declarar que precisamos reestatizar a Petrobras, devolvendo-a aos brasileiros, numa alusão ao regime de partilha ser entreguista, quando os tucanos já pensaram em passar adiante a Petrobras por não acreditarem na capacidade do brasileiro de descobrir petróleo. Com a mídia ao seu lado, Aécio jacta-se do PT ter entrado no mundo da privatização ou de essa ter sido a maior privatização da história do Brasil. Todos ainda não aprenderam a distinguir privatização de concessão ou de regime de partilha, com tanto expert em economia na folha de pagamento de ambos – vão ter de voltar pra escola. Vibram com o resultado do leilão, achando que agora o PT não mais poderá explorar nas eleições a entrega dos recursos naturais da nação para exploração pelo capital internacional sob que forma se apresentar. Não se apercebendo da incoerência em que incorrem ao cuspirem marimbondo contra um modelo misto que amalgama iniciativa privada (apesar do estatismo do PT), o suposto comprometimento ideológico através do capital estatal chinês aventado por Serra (o perigoso comunismo chinês) e a presença do Brasil à cabeça da exploração (condição do regime de partilha) com mais 40% de participação, com 85% de rendimento da sociedade formada em suas mãos e os royalties revertidos à saúde e educação, conforme proposto pela Dilma, com uma forcinha dos manifestantes. É muito difícil pra cabeça dessa gente assimilar isso tudo, acostumados a propostas simplórias e entreguistas como a da Vale, vendida a preço de banana. O Lula dos palanques e dos ataques à mídia “isenta” irrita seus adversários, mas incômodo, igualmente grande, é a estratégia que viabilizou Mais Médicos e o regime de partilha – Dilma está se tornando tão perigosa quanto Lula, mas seus inimigos ainda não admitem. Há que refletir mais e não atacar com o fígado, pensando menos em economia e mais em propostas sociais. Queria ver aparecer um candidato com coragem suficiente para bancar uma revolução no ensino e na educação de modo a permanecer na consciência do povo brasileiro com o espírito das manifestações, tal como o Bolsa Família, imbuído da certeza de seus benefícios, ficou. O problema do petróleo é até fácil de resolver, já tá no lucro.
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