Não consigo parar, pois é meu moto-contínuo. É assim que vou pra frente. Encontrando uma barreira, faço feito o rio, desvio e sigo em frente. O rio existe para nos ensinar mais do que o oceano, que ultrapassa nossas possibilidades de navegar sempre mais longe somente na imaginação. Se não damos conta de águas plácidas, por as acharmos monótonas, como pensar em enveredar por águas profundas? Se não deslindamos um dilema sequer que nos atormenta, por mais que isso nos faça sentir mais criativos. Mas não consigo parar e não vou parar de pensar no que eu preciso e gosto, não para encontrar soluções, e sim porque noventa e cinco por cento do que imagino versa sobre amor. Sexualizado ou não, pouco importa. A gente não consegue parar de pensar por causa do amor. Conforme aquela música antiga de Jorge Ben (não era ainda Benjor): “Por causa de você, menina”.
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