O delegado Protógenes possui uma legião de defensores em virtude de ter conseguido levar à condenação na Justiça Criminal e posto na cadeia um banqueiro – façanha inédita na história do combate à corrupção no Brasil. Se Daniel Dantas costurava dossiês contratando empresas de espionagem internacional para comprometer governos FHC e Lula, desde as privatizações, por que não investigar Mangabeira Unger, que já foi funcionário da Opportunity? Ou se o filho de Lula foi cooptado? Ou se Zé Dirceu estava metido também nisso? Heráclito, Serra, Dilma, Gilberto Carvalho, FHC e outros. Não existe cidadão acima de qualquer suspeita. Afinal de contas, estava lidando com o gênio do mal. Se Protógenes errou é porque levou a operação Satiagraha para casa num pendrive, como qualquer juiz faz com processos para estudar e decidir sobre sentenças. Se bisbilhotou e se fascinou com as teias do poder avançando além da imaginação, se deve ao seu lado xiita PSOL que preponderou, respaldado pelo juiz supremo Gilmar Mendes: ninguém mais acredita na sua imparcialidade e duvida de que lado o ilustríssimo está. Obcecado com o MST, não tem olhos para a destruição do meio ambiente e exploração da mão-de-obra escrava no campo, já que dá pitaco em tudo. Encontra-se em curso uma manobra orquestrada para desacreditar Protógenes, sob a falácia de que vivemos um estado policialesco que grampeia a três por dois e não extradita terrorista italiano de esquerda, bem como devolve ao regime de Fidel boxeadores em busca de um punhado de dólares. Desmoralizar Protógenes coincide em gênero, número e grau com a mesma linha de argumentação perseguida pelo colégio de advogados que defendem Daniel Dantas. Não existe coincidência para Jung e os espíritas, contudo, subsiste a coincidência de interesses entre cavalheiros da mesma estirpe que exploram os mesmos pontos de vista. O que não pode no maniqueísmo ideológico é minimizar o bandido para afastar o mocinho da cena do crime e isolá-lo com as mãos algemadas.