Coreia do Norte, Cuba, Venezuela e Irã. O planeta vai ficando pequeno para ditaduras e regimes autoritários ou teocráticos que se fecham. Só se o explodirem com bombas atômicas. Descobrem, a passos de cágado, que não existe mais censura capaz de impedir totalmente o fluxo de informações. Textos em blog, vídeos no YouTube, fotos partilhadas no Flickr. O Twitter oferece leitura rápida, contato direto com fontes e mobilização de grandes grupos interessados em furos e reportagens especiais. Sem contar a ONG Pirate Bay, que ensina estudantes iranianos a driblarem o bloqueio na internet. Tornando Teerã mais próxima de Washington do que se imaginava. É tudo o que os jovens queriam. Um mundo alternativo, transgressor e subversivo na internet, sob a égide do espírito epidêmico reinante no século XXI, que transmite e contamina cada vez mais a vida real com doenças, alegria, novidades, o compartilhamento, as obsessões sexuais e a apropriação, no direito legítimo de democratizar o acesso ao conhecimento maior. Não adianta fechar as fronteiras nem cortar o acesso à internet, numa tentativa desesperada e insana num mundo globalizado. Como pensar em deter a progressão da mente, no pressuposto de que o cérebro é patrimônio da nação? A epidemia virá pelo ar que se respira e se alastrará, embicando em casas de família, escolas, universidades, porões, buracos, em meio a festas com música eletrônica, drogas e álcool. Tudo que é proibido pela lei islâmica.
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