A cada um, sua vocação se expressa no que obra na vida. O destino que Deus lhe concedeu para dar o seu caráter de divino que, muitas vezes, queima em leviandades, movido pela cobiça, esmorecendo em sua vocação ao abraçar estátuas falsas e se confundindo no meio do caminho. Daí nasce a loucura do mundo, segundo Calvino, o teólogo protestante do século XVI. Quando o homem nada teme e se arrasta como uma serpente para longe de Deus, levando-O a inserir na História o apogeu e a decadência, a ascensão e a queda, o declínio de impérios, o fim de costumes, uma época suplantando os rigores da que a antecedeu. E, para que não nos perdêssemos completamente, estabeleceu limites na própria loucura no afã de criar. Quando basta que cada homem viva sua própria vocação, humilde e obediente à sua natureza, mesmo que sujeito à miserabilidade do pecado. Posto que, reiteradamente negá-Lo refestelado na soberba, resulta em renegar a si próprio e deixá-lo à mercê de seus pecados. Apavorando-o a ponto de invocar a qualquer custo o seu anjo da guarda, mantido bem escondido da bisbilhotice alheia.