Pecado no Carnaval do Rio de Janeiro é pôr corda nos blocos que brincam nas ruas dos bairros praieiros, do Centro e da boemia de Santa Teresa. Abadá é coisa pra baiano e curral VIP, para artista que gosta de mordomia. Corda é um arremedo de muro, segrega. Segregar não combina com Obama. Discrimina o folião anônimo. Não faz bem ao espírito de corpo sarado do carioca, que gosta da zona pensando no bacanal. Bloco de carnaval tem identidade expressa num perfil, cujos sambas tentam detalhar a cara, e o máximo que conseguem é refletir o espírito. O carnaval de rua não pode ser mais completamente anárquico, mas também está proibido de nos tirar do estado de encantamento ao primeiro repinique de tamborins, cujo beijo na boca irá selar sua sorte e alçar a bandeira branca.