A Lei Gilmar Mendes não existe na prática, mas segue fazendo efeito. Assegura liberdade ao imputado culpado enquanto nesse carnaval não chegar a sentença definitiva, vencidos todos os recursos com que os advogados se fartam. Mesmo aos que matam. Como os tresloucados motoristas de vans, que se divertem ziguezagueando no trânsito. Ou de ônibus, que adoram parar fora do ponto e dar partida sem ter cuidado se arrastam passageiros presos na porta ou se aceleram o envio de idosos para o necrotério. Ou bêbados com habilitação vencida, que invadem calçadas onde o que se quer é apenas festejar. Ou os que se enriqueceram num abrir e fechar de olhos, deslumbrados com a velocidade de seus importados e arrebentando a torto e a direito com a moral da sociedade. Todos passam por cima de tudo: pagam a fiança, vão responder a processo em liberdade e saem da delegacia como se nada tivesse acontecido. Culpa? Foi feita para afogar e esquecer até que ela retorne implacável e um belo dia o vitime. Para que não se esqueçam nunca mais.
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