Grande parte de nossos problemas, das nossas conturbações, até mesmo doenças físicas, advém de não podermos dizer tudo o que pensamos; sabe-se lá qual será a receptividade? Por não podermos vazar tudo o que sentimos; sabe-se lá se irá ofender a sensibilidade de quem quer que seja? Por que esse medo de expor o que nos desagrada? Por medo de ferir o outro? Por que temer ferir o outro se nós já estamos sangrando faz tempo? Por não podermos falar do quanto nos abala o sentimento de injustiça? Se falar é muito importante pois, se nada dizemos, o outro não é obrigado a adivinhar. Mas produzem nós na garganta que não se desfazem à espera de um esclarecimento que nunca nos é dado, e que, por vezes, pode nos levar à internação em hospital com o não resolvido. Por não termos forças para desatar esses nós. A impossibilidade vai nos asfixiando e resultando em ansiedades que nos angustiam e em males que nos machucam física e psicologicamente. É o adeus à fé que se pronuncia e ao empoderamento do descrédito que se fortalece, quando se apodera de nós. Dirigido àqueles que não acreditam em nada, ou aos que apenas vieram ao mundo sem um propósito, caindo de paraquedas num mundo alienígena, que nada tem a ver com eles.
Mesmo negando a evidência do fato de ter sido expelido da barriga da mãe, transcorrido 9 meses. Crescer a olhos vistos? É inacreditável! Não parar de pensar, imaginar que nem um louco, a ter que coordenar linhas infinitesimais de raciocínio em busca de um senso que as aglutine e findar derrotado pela irreversibilidade da morte por não descobrir o propósito da vida, com toda a inteligência que Deus lhe deu, é inadmissível.