Finalmente conquistamos o título que faltava no nosso brilhante currículo de pentacampeões do mundo: a medalha de ouro no futebol. Uma vitória (a medalha de ouro) conquistada que não vinga o maior fracasso da história de nosso futebol: eliminados pela Alemanha por uma goleada esmagadora na Copa do Mundo de 2014, em que sediávamos pela segunda vez, a relembrar a tragédia contra o Uruguai em 1950. Mas lavou a alma, visto que seria pior, e impensável, perder de novo uma disputa de caráter mundial na nossa própria casa – seria a terceira vez. Neymar foi o nosso protagonista com o excepcional gol de falta no tempo normal de jogo e na decisão por pênaltis, quando assinalou na última cobrança com maestria. Que deixaram os alemães com cara de poucos amigos. Enquanto os nossos sentiram a pressão da torcida brasileira, que está acostumada com o futebol jogado dentro dos nossos altos padrões, como o foi contra Honduras (6 x 0). Com a medalha de ouro no peito, Neymar chorou copiosamente acusando essa perda de prestígio e as comparações feitas durante as Olimpíadas, em que foram nivelados ao que tem de pior. A ratificar que a crescente falta de respeito, o achincalhe e ser alvo de piada serviram de motivação para a seleção brasileira despertar e jogar como a nossa tradição exige. Não fechou a ferida contra a Alemanha, mas ajudou um pouco a esquecer.