Há beleza no descontentamento que sangra em poesia.
Sempre reverbera numa maioria.
Falar de como é fácil superar,
embora não seja fácil,
soa meio pedante,
como quem joga na cara da sociedade
seus privilégios arrogantes.
O bagulho é sério.
O buraco é mais embaixo.
Só acho que não posso me calar.
Já estive no lugar do desespero,
de pensar negativo o tempo inteiro,
de querer até morrer para parar de sofrer,
e dizer que está cada vez mais difícil.
O meu compromisso é escancarar esta viagem.
Ninguém sabe o que vivi pra chegar até aqui.
Não interessa comparar.
E, sim, verbalizar de forma simples e fácil
o que no dia a dia é tátil
mas nem sempre é consciente.
Relato minha terapia em versos
e não preciso ser unânime.
Me basta ler tudo que sinto.
E se um só leitor se identificar
já valeu a pena eu ter escrito.
Deixe um comentário