O que mais espanta no ser humano é se apressar em crescer, aborrecido por ninguém lhe dar crédito em função de sua parca experiência e, quando velho e bem vivido, virar o fio e voltar a ser criança de novo. É gerar enfartes para ganhar dinheiro e gastar fortunas com remédios para recuperar a saúde. Consumir-se em ansiedades quanto ao futuro e deixar de viver o presente, ou seja, ausente no presente e não se fazendo presente no futuro. Traçar sua trajetória sem pensar na morte, para morrer como se nunca tivesse sabido viver. Ignorando que não pode obrigar ninguém a amá-lo nem respeitá-lo e que não é de bom-tom se comparar aos outros para saber em que pé você se encontra. Quando a verdadeira riqueza é aquela em que se precisa do mínimo. Com que facilidade se magoa justamente a quem mais amamos! Leva-se anos para curar essas feridas e aceitar que muitos desconhecem como expressar e mostrar seus sentimentos, embora deveras amando. Leva-se uma existência para duas pessoas que se querem muito, a olhar a mesma coisa e observá-la de maneira diversa, admitirem que têm algo em comum por ser desenvolvido. Leva-se séculos para acreditar de uma vez por todas que Deus está a seu lado, mesmo em suas maiores crises, e que você não está abandonado à sua própria sorte. Não precisa ver para crer, basta sentir.
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