A apologia do silêncio em torno das torturas e do trucidamento promovido pela ditadura militar visa livrar os responsáveis pelas atrocidades do mesmo fim que está sendo reservado aos carrascos da ditadura argentina. Para que, pelo menos, os nossos torturadores possam viver os dias que lhes restam em exame de consciência e se preparando para o julgamento em tudo e por tudo distinto dos que o Supremo Tribunal julga com demasiada parcimônia. O argumento de que já se passou tempo demais e que os autores das chacinas daquela época, na sua grande maioria, já morreram, reproduz em tudo e por tudo a metodologia stalinista, numa contradição dos diabos. O argumento de fechar o caixão é típico de quem não admite tocar no assunto por já ter defendido e abandonado ideias libertárias, tornando-se nocivas aos seus interesses atuais. Ainda mais para quem se vendeu e trocou de lado. Enquanto o Papa João Paulo II pediu perdão pelas barbaridades perpetradas pela Igreja Católica na Inquisição, contra os índios na colonização da América e no silêncio quanto à escravização dos negros. É de caráter salazarista ou franquista proteger a quem maltratou com tamanho requinte de violência. Vamos juntos, pra frente Brasil, borrar o passado!
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