Como é que eu posso deixar
você entrar no meu mundo,
penetrar no meu íntimo profundo
e fecundo,
se eu não sei o que você quer?
Eu não sou uma qualquer,
e, se pra você, apetece quaisquer
que sejam as saias,
saiba que não sou cobaia
pra você testar sua fome,
exercitar seu lado homem.
Eu sou A mulher, que sabe o que quer:
não ser mais enganada,
porque nada vale minha desilusão.
E isso não é uma alusão
ao meu medo ou segredo.
Não é um ledo engano.
É o meu plano atual.
Eu não te amo
se você não for o tal,
talvez se tal for a vez de você
me degustar um pouco cada vez,
com coragem, calma e determinação.
Minhas terminações nervosas são gozozas, gasosas
e desejosas de uma prosa.
Posso ate fazer poesia,
escrever contos
e traçar microcontos
e haikais,
mas sou muito mais que um lance.
Meu bem: eu sou romance.