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NEM DAS PROFUNDEZAS O BRASIL SE EXPLICA

Louve-se o esforço que Lula fez para ser aceito pelas elites.
Sob o choque de gestão de um presidente-operário, o Brasil ingressou na elite dos dez maiores produtores de petróleo e gás no mundo. Atrás da Venezuela, a nona colocada, logo agora que Chávez foi eleito como um dos mais sexy por aquelas bandas. Como há gosto pra tudo, em boa hora encontramos gás, quando Evo Morales já tinha expulso a Petrobras da Bolívia e estávamos a mendigar, quase empreitando um novo gasoduto que iria dar na Argentina.
O óleo leve, de maior valor comercial, aumentará as nossas reservas em cinco vezes o nível atual e sua exploração, entre 5 e 7 mil metros de profundidade, a 250 km da costa, exigirá da Petrobras um padrão de tecnologia dominada por poucos. O Brasil na ponta, empalando os pessimistas.
Em breve, Lula abandonará o surrado boné do MST para se vestir de xeique e posar de magnata. Graças ao ditador militar Geisel, que iniciou, a duras penas, o esforço concentrado para alcançar a auto-suficiência, ao mapear o fundo do mar e entregar a pior parte para o capital estrangeiro explorar.
Onde não plantando, tudo dá e queima uma das bandeiras da esquerda incendiária, que não consegue fazer a leitura de um país que detesta se repetir e contrariar todas as ideologias, depois que passa a moda.
Bem como não agrada aos testas-de-ferro de corporações estrangeiras. Não interessa investir no setor de petróleo no Brasil, se à Petrobras é reservado o melhor quinhão do latifúndio. O governo é estatizante e contra a abertura de mercado.
Em pleno curso, o choque inevitável entre o poder imperial de grupos empresariais à cata de minas de ouro com a soberania dos países. No meio, o inusual Brasil.

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Antonio Carlos Gaio
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