Com a espontaneidade luso-brasileira que a caracteriza e a abrilhanta, a famosa economista Maria da Conceição Tavares escarnece da mentalidade tacanha dos nossos economistas, notadamente dos que não têm nada do que se queixar em seu padrão de vida. O crescimento do PIB não apresenta o priapismo regular do chinês, não é nenhuma maravilha que possa mostrar sua exuberância pros outros, mas supera o Velho Mundo (outrora modelo de economia para os tecnocratas tucanos), que se jacta do seu euro para manter o consumo. Em compensação, os países europeus não dão nem para saída se comparados com o nosso baixíssimo nível de desemprego, sem contar a massa trabalhadora que aqui se emprega maciçamente a cada mês. Se agregarmos o essencial para comer, que é um programa para distribuir renda com salário mínimo subindo acima da média, Bolsa Família e outros programas sociais para combater a pobreza, o nosso modelo é não só desenvolvimentista, como também social. Comer é pouco para o Aécio, o bando neoliberal do PSDB e a mídia, que estão de barriga cheia. Para combater a inflação e supostamente melhorar a gestão fiscal, atrás de bons índices de desempenho econômico e caindo nas graças de agências de risco que seguem o receituário do FMI, não nos surpreenderá se essa aliança ideológica prescrever desemprego diminuindo o tamanho do Estado, conforme seu apóstolo Jabor já nos adiantou, aleijando o atual bem-estar da população que vive no entorno do salário mínimo. Ninguém come PIB.
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