A virginal Noruega despertou do sono profundo em que imergiu em sua ilha de paz. Para emergir o ovo da serpente. Não é o islamismo que deve ser o alvo da cruzada em favor da democracia. O mal está dentro da própria Europa conservadora. Urge ela vomitá-lo antes que seja engolida pelos filhotes do nazismo – de novo. O dinheiro não resolve tudo. A União Europeia não venceu o problema de eliminar as fronteiras, os países se abraçarem e formarem um bloco federativo que competiria com os EUA. O povo norueguês, bem como o suíço, já havia rejeitado em referendo popular misturar-se aos demais do continente. O terrorismo nazista falou mais alto diante da invasão dos imigrantes que ousam descaracterizar a Europa, segundo o temor de um núcleo de louros brancos de olhos azuis. O Brasil é uma mistureba que não pode ser invocado como paradigma. Onde houver sinais de paz e de conciliação, cabe a destruição na mente que só enxerga um mundo ditado pela exclusão, discriminação e execução sumária de quem não pode fazer parte dele. Anders Behring Breivik reforça a ideia do Inferno, de onde ele saiu ou para onde irá depois dos assassinatos em série, já que esse estafermo queria nos conduzir a um mar de mortos, com seu sorriso denotando superioridade acima de todas as etnias. Bom que não tenha se suicidado como outros covardes. Dar-nos-á oportunidade de conhecê-lo melhor. Examinar como seu cérebro nazista se comporta. Invadir os domínios do psicopata e estudar os mecanismos da máquina feita para matar. O porquê da total falta de escrúpulo. De forma que o mundo não se esqueça e mais uma vez se aliene, a ignorar que o espírito de Hitler ainda paira no ar. O que fazer para combater tamanha monstruosidade? Se esse grande colégio que é a Europa continuar a fechar as portas aos meninos árabes, acabará virando uma escola de elite, senão um internato, fundado no sangue azul, na renascença dos valores cristãos fundamentalistas e no progresso científico a partir da Revolução Industrial, sob a fantasmagórica imagem autocrática de Napoleão fulminando o idealismo da Revolução Francesa, que posteriormente viria a influenciar a Revolução da Rússia Comunista. Quer uma unidade mais esfarrapada do que a que se desenhou nos últimos quinhentos anos da Europa? Somente o hitlerismo, como fantasma do século XX, ainda prevalece no século XXI. Contra o Islã, a mestiçagem, o imigrante, o socialismo democrático trabalhista, as conspirações marxistas e a invasão muçulmana na Europa. Só o multiculturalismo salvará o planeta de ser sufocado por sua própria gente ou de ver extinta a sua própria natureza. Somente nos unindo para buscarmos evolução, quiçá em outros mundos, se este não tiver mais saída. A julgar por Anders Breivik: trucidou, esperando passar o resto da vida na prisão, sem cogitar de suicídio.