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NOSSO LAR

Nosso Lar

O filme não foi feito para arrebanhar religiosos, seja qual for o credo. Proporciona sim conhecimento e divulga no que consiste o Plano Espiritual. Do que se trata na vida espiritual. O espiritismo é diferenciado da religião católica, mas, por valer-se de dogmas que o norteiam, não deixa de ser uma religião. Resume-se em você acreditar ou não se a vida se encerra no transcurso do nascimento para a morte. O filme mostra em avant-première o que vem depois, e até em sucessivas vidas, depois que morremos fisicamente. No cinema, o espiritismo está mostrando a transição dos preceitos de Allan Kardec, que o Brasil acolheu mais entusiasticamente do que a França, para a psicografia febril de Chico Xavier quanto a livros e textos ditados por espíritos iluminados como André Luiz e Emmanuel. “Nosso Lar” gira em torno da lei de causa e efeito, segundo a qual tudo o que você vier a fazer, ou conforme agir na vida, terá uma consequência, seja boa ou má. Pode parecer simplório para o mundo complexo em que vivemos, pois tornamos confuso o que havia de mais simples para perder a noção do que é certo ou errado, com o intuito de mascarar perversas atitudes. E é disso que temos medo. De que venham a descobrir e do que virá depois, em contraposição à beleza e quietude do Plano Espiritual. O Umbral, o que assusta no filme, considerado inferno para alguns, purgatório para outros. Quando é um lugar transitório, de passagem, onde você permanecerá até se conscientizar de que precisa de ajuda, imerso na dor do abandono. Se aos olhos dos apreciadores do considerado bom cinema a dramaturgia do filme “Nosso Lar” convence ou não, o que importa é o nosso lar ser verdadeiro. De uma sinceridade que nos remete ao nosso destino, a nos despertar para a realidade de que existe outra vida, ato contínuo ao desencarnarmos.

Antonio Carlos Gaio:
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