Já pensaram em Dória, Crivella e Kalil como prefeitos de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte? O trio é reflexo do analfabetismo político que grassa no país em função das ervas daninhas – a despolitização – que o golpe semeou, acabando por confundir a população e desestabilizá-la a ponto de abstenções, votos nulos e brancos alcançarem perto de 40% do eleitorado. Um sinal claro de desgosto do eleitor, que pode fazer com que uma figura malévola e estúpida como Trump possa levar de vencida uma incipiente Hillary. As imagens de Crivella, homofóbico, intolerante, racista, melífluo e extremamente falso, nos deixam pasmos como um crente irá desfilar à frente da libertinagem do Carnaval do Rio de Janeiro. Como os eleitores do Aécio, indignados com a corrupção levantada na Operação Lava-Jato, a ponto de terem apoiado o gângster do Eduardo Cunha, o chefão do impeachment, são capazes de votar na hipocrisia indisfarçável de Crivella? Por essa falta de credibilidade dos tucanos é que não se deve votar em Belo Horizonte no João Leite, e optar pelo Kalil, que diz não pertencer à classe política, a mesma argumentação que Dória usou para se eleger em São Paulo. Além do ex-presidente do Atlético Mineiro não pagar o IPTU de sua mansão, embora com carro e motos importados em sua garagem. O que resta ao eleitor senão votar num analfabeto político como Kalil contra aqueles que destilaram veneno no imaginário político para despolitizar e se dar bem em São Paulo? Fazendo o diabo quando é a hora da eleição para votar num Crivella, candidato preferencial dos pobres, conquanto o perfil dessa gente pérfida seja o dos ricos e privilegiados e odiar o PT. Quem com ferro fere, com ferro será ferido. Por isso, o voto no Kalil não soa absurdo, se o currículo de Dória é ridículo e Crivella nem como pastor convence. O eleitor, por vezes e não tendo alternativa, tem de votar se defendendo contra “canalhas, safados e vagabundos” que vendem ilusões falsas.