O afeto é mais importante do que o sexo. Porque se for só sexo, morre na cama. Já o afeto prolonga a duração do amor, mesmo quando o sexo já acabou. Contudo, o afeto vive o dilema de não poder entrar naquela aflição de ter que matar o desejo. Senão o afeto perde a vez para o sexo. Ah, o afeto a quem a gente quer bem! Oh, o sexo a quem a gente deseja devorar! Se bem que o afeto e o sexo se cruzam no descaminho. Mas o sexo costuma se dar bem porque resulta em orgasmo. Enquanto o afeto só se afirma na maciota, como quem não quer nada. Por outra via, o sexo só vai na dureza: na reafirmação do falo. Pensando bem, o sexo pode usar o afeto para falar de si. Mas o sexo não precisa de porta-voz nem intermediários; não quer ninguém se metendo nos seus negócios. Resta impávido e colosso o afeto que se encerra em nosso peito juvenil na amada terra do Brasil!
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