O amor é como o ser humano. Nasce pequeno, bebê, bobo, engatinha devagar. Nasce num beijo, num abraço, num simples olhar. De repente, atabalhoado, aprende a andar e sai esbarrando em tudo, feliz da vida com a descoberta: “como é bom amar, ops, andar!”
Então ele aprende a ouvir o “não”, e ouve isso o tempo todo, até sair da infância da paixão e ser domesticado.
Aí chega a adolescência, fase da revolta. O ser amado, que antes era a mãe ou pai herói, passa a ter milhões de defeitos. Assim, as brigas começam, e muitas vezes não param mais. Quando elas param, o amor pode ter dois destinos: ou acaba, ou continua, e, nesse segundo caso, é obrigado a amadurecer, virar adulto. E até o final da vida ainda tem um longo caminho para se tornar senhor de si.
Nada nasce pronto. Tudo na vida precisa de tempo para evoluir. Pena que grande parte dos amores da sociedade atual não consigam passar da adolescência.