Ela não é bonita. Sabe disso. Diante dele, numa mesa de um restaurante, o come com os olhos. Lindo, mas sem virilidade, ele procura corresponder. Ela não se importa com esse pequeno detalhe. Pois ele é formoso. Ela estende suas mãos por cima da mesa para segurar as dele fortemente e lembrá-lo que ela deseja ser sua mulher. Suave é a noite? Que importa se ele não é um homem de verdade? O outrora Belo Antonio, personagem inesquecível de Marcello Mastroianni – o amante ideal, mas impotente. Fascinada com sua beleza, vira as costas ao passado – um real perigo se ele fosse um garanhão. Mas ela o quer assim mesmo. Para quem não nasceu bem delineada, o ideal é o narciso.
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