O Brasil de policiais que usam palmtops, conectados com o banco de dados do DETRAN, para achacar salafrários ao volante, que acumulam IPVA e multas em atraso, ao invés de tirar de circulação o motorista e sua máquina. O Brasil de médicos que cobram 250 milhas dos pacientes para furar a fila do transplante de fígado, ou 400 reais pela consulta para formar uma fila dupla, saindo da 311ª ou 176ª colocação para cruzar em primeiro o disco de chegada – vivo ou, por vezes, morto na mesa de operação. Classes sociais diametralmente opostas que confraternizam na extrema penúria de sua baixeza moral.